(We walk by faith, not by sight)
Todo tatuado adora ficar admirando as artes que têm pelo corpo, os traços, as cores e os desenhos. Mas e se ele for cego? Klara Jirkowa encontrou a solução. Enquanto assistia a um curso sobre tecnologia corporal, a estudante da Universidade de Artes de Berlim desenvolveu uma tatuagem que pode ser palpada. E assim nasceu a Braile Tattoo. Esse tipo de tatuagem é feita por meio de relevos na pele formando palavras em Braille (a “escrita de pontinhos” utilizada pelos cegos).
O relevo pode ser feito a partir de três técnicas: implante, cicatriz e escarificação. O implante pode ser aço cirúrgico, titânio ou silicone. Este é implantado abaixo da derme, causando um relevo e formando as palavras. O melhor lugar para essa técnica são áreas carnudas, deixando-a invisível e perceptível apenas ao toque. O método da cicatriz já é bem diferente e pode não ter um resultado muito bom. Com uma máquina de tatuar sem tinta, o tatuador vai ferindo a pele para causar cicatrizes. O problema é que o tatuador pode acabar machucando a pele de maneira diferente, uma parte mais que a outra, e assim a cicatriz fica irregular, já que cada parte vai cicatrizar de um modo diferente. E o último método, a escarificação, é um processo onde a pele é retirada uniformemente. Quando a pele cicatriza, causa pequenas depressões na pele, dando o efeito Braille. A diferenças entre esse método e o da cicatrização é que ele fica mais regular, já que a pele é toda retirada na mesma medida.
(Sun – técnica do implante)
(Confianza – técnica de escarificação)
Há também quem faça uma braille tattoo mais conceitual. Esse tipo é para quem não é cego de verdade, mas quer homenagear alguém que é, assim a pessoa faz a tatuagem tradicional de agulha e tinta, mas tatuando palavras em Braille. Mas independente de como for feita, a Braille Tattoo deve ser realizada por um bom profissional, por causar riscos, como rejeição ao implante e inflamação.
Mas será que a Braille Tattoo faz sucesso? De acordo com o jonal “The New York Times”, não há como ter certeza, porque apenas 10% das pessoas com deficiência visual leem Braile, por isso a ideia é tão interessante mas não tem tantos adeptos. Com esse tipo de tatuagem, é possível ver que a arte não tem preconceito e está sempre disposta a romper barreiras para que todos possam compartilhá-la e senti-la.
(Trechos da música Trapeze Swinger do cantor Iron & Wine. É uma homenagem tatuada para seu irmão Aaron, que é cego – técnica de tatuagem tradicional com tinta preta e branca)
(Ouch – técnica de escarificação)
(Love)
(Express)
Fontes: Regi Tattoo | Bizarre Mag | The New York Times | Tattoo About
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