quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

TATUAGENS PODEM DIFICULTAR A DETECÇÃO DE CÂNCER DE PELE

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Vocês já devem ter reparado em fotografias de tatuagens que, se há alguma pinta ou verruga na pele, não se costuma aplicar pigmentação sobre ela para que permaneça visível, mesmo após se fazer a tatuagem. Recomenda-se, aos tatuadores, que não tatuem sobre marcas pré-existentes do tipo porque, assim, é possível observar caso haja alguma mudança na coloração da verruga, que pode indicar um câncer de pele. Infelizmente, não são todos os tatuadores que tomam esse cuidado e as consequências podem ser bem negativas.
Em estudo recente, publicado no JAMA Dermatologyem 31 de julho de 2013, escrito em conjunto por três pesquisadores afiliados ao departamento de medicina a laserda clínica alemã Laserklinik Karlsruhe, e coordenado pelo doutor Christian Raulin, que também pertence ao departamento de dermatologia da Universidade de Heidelberg, um caso preocupante foi descrito pela primeira vez. Trata-se de um melanoma maligno que se desenvolveu em um nevo preexistente – em outras palavras, um câncer que se desenvolveu em uma pinta ou sinal já presente na pele do tatuado.
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O desenvolvimento foi observado durante o procedimento e entre as sessões de remoção a laser da tatuagem em um indivíduo de 29 anos. A pinta estava encoberta pela tinta preta de uma tatuagem que o paciente havia feito há mais de dez anos e, quando descoberta, o próprio paciente se recusou a passar pelo procedimento de retirada até que os médicos responsáveis impuseram, como condição para a continuidade da remoção a laser, a excisão daquele sinal. Após biópsia, foi constatado que o melanoma era maligno.
De acordo com os pesquisadores, as lesões pigmentadas cobertas por tatuagens decorativas causam dificuldades no diagnóstico, em nível clínico e dermatoscópico. Nos casos de remoção a laser das tatuagens, um nevo suspeito que esteja escondido pode ser revelado aos poucos, como aconteceu no relato publicado. A recomendação é que, antes de os pacientes passarem pela remoção das tatuagens, sua pele deve ser cuidadosamente analisada pelos médicos responsáveis. Se for detectada qualquer lesão, a remoção não deve ser feita antes que se realize a excisão e o teste do melanoma.
Os estudiosos atestaram que a literatura médica em inglês descreve 16 outros casos em que melanomas malignos tenham se desenvolvido numa região tatuada. Contudo, não se sabe se há alguma relação entre a tatuagem e o desenvolvimento do melanoma em si. Dessa forma, vale a pena reforçar que não se deve tatuar a área em que esteja o sinal ou a pinta, por questões de segurança.
Aqui percebemos, ainda, a importância do uso do bloqueador solar – alerta comum entre dermatologistas, independente de se ter uma tatuagem ou não. Mesmo entre os tatuados, o bloqueador não deve ser passado apenas por cima da tatuagem, mas em todo o corpo, por prevenção.
Na foto que abre este post, vemos como o artista não pigmentou nenhum sinal da pele da cliente, atitude que seria a correta por parte dos tatuadores. Nas fotos abaixo, podemos notar, no primeiro caso, a dificuldade de não se tatuar por cima de um sinal ou mancha por conta de uma pele com muitas sardas – o que pede um cuidado redobrado para com a pele e visitas frequentes a um dermatologista; no segundo caso, percebemos que o tatuador sombreou áreas com sinais preexistentes, mas a pigmentação mais clara ainda as manteve visíveis, podendo permitir um monitoramento das mesmas.
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